Qual é a nota?

Educação básica patina na Zona Sul

Ensino para crianças de até três anos é o grande problema; em Pedras Altas não há creche

Gabriel Huth -

A educação básica ainda patina na Zona Sul do Rio Grande do Sul. É o que mostram os dados recentes divulgados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) através do Perfil da Educação Pública no RS. Os principais gargalos estão na educação infantil para crianças de até três anos. No Brasil, a meta para atender 50% da população desta parcela é 2024, conforme o Plano Nacional de Educação (PNE), lançado em 2014. A única cidade sem creche é Pedras Altas.

No Estado, 33% desta parcela é atendida e no Brasil, o número cai para 28%. Em Pelotas, o índice é de 21% e em Rio Grande o número chega a 15%. O único município que supera esta média estadual e federal é Santa Vitória do Palmar, com 36,6% da população atendida. Os três piores índices estão em Pedras Altas, Amaral Ferrador e São José do Norte.

Em Pelotas
Uma lista de espera hoje na Secretaria de Educação e Desporto (Smed) possui 1,7 mil crianças aguardando por vagas. Pela estimativa do IBGE, seriam 14,9 mil habitantes com até três anos. A meta será cumprida até 2024, garante o secretário Artur Corrêa. O erro, neste estudo, indica o secretário, é não levar em consideração as crianças que estudam em escolas particulares. “Muitas crianças, um enorme contingente, estão em escolas particulares. A grande maioria da classe média não usa (a escola pública)”, contrapõe Corrêa.

Até o final do ano, a Smed quer abrir mais duas escolas municipais de Educação Infantil (Emeis) e aumentar a oferta. Conforme informações no site da prefeitura, na atual gestão foram criadas 334 vagas. O número representa 19% da atual lista de espera na pasta. O número de crianças fora das escolas públicas, o que não significa que não estejam em escolas particulares, é de 11,7 mil pessoas.

Zero vaga
Pedras Altas é o único município sem creches e sem vagas para crianças de até três anos. Em conversa com a secretária de Educação, Cultura e Desporto, Cileni Tardiz, ela confirma que não existe creche na cidade. Pelos dados levantados pelo TCE, seriam 108 crianças sem vagas. “Está nos planos do governo construir a primeira creche em 2019. Já licitamos materiais e queremos cumprir essa meta”, explica a gestora. O município também procura um terreno para instalar a creche no centro da cidade.

Pelo projeto da administração, serão 25 vagas. “Como é uma cidade pequena e todo mundo se conhece, acaba deixando com um vizinho ou com algum conhecido”, explica a secretária, que reiterou ser essa uma das prioridades para a educação do município. Outro problema em Pedras Altas está no Ensino Médio, apenas 35% da população de 15 a 17 anos está cursando o Ensino Médio.

Primeiro ano com creche
Outro município que aparece no mapa como problemático no quesito creches é Capão do Leão. As primeiras vagas surgiram em abril deste ano, após o estudo ser realizado. Pelos dados do TCE, o município ainda não teria nenhuma vaga para as 1,4 mil crianças na faixa de até três anos.

Neste ano, foram criadas três turmas e o município realizou o sorteio de 75 vagas num universo de 155 inscritos. “Nosso plano era abrir 30 novas vagas por ano. Há mais de dez anos que isso é cobrado do Executivo e conseguimos superar nossa meta”, explica o secretário de Educação, Cultura e Desporto, Gustavo Domingues. A falta de vagas chegou a ser cobrada pelo Ministério Público Estadual (MP). A secretaria instaurou um plano de ações, garante o secretário, para atender a meta até a data estipulada pelo Ministério da Educação (MEC).

Situação da Zona Sul e a porcentagem da população de 0 a 3 anos matriculada em creches públicas
Pelotas - 21,8%
Rio Grande - 15,3%
Jaguarão - 16,9%
São Lourenço do Sul - 29,7%
Morro Redondo - 21,9%
São José do Norte - 3,3%
Santa Vitória do Palmar - 36,6%
Canguçu - 12,7%
Piratini - 26%
Pinheiro Machado - 15,7%
Pedro Osório - 13,1%
Cerrito - 6,7%
Chuí - 31%
Arroio Grande - 21,9%
Pedras Altas - 0%
Arroio do Padre - 16%
Amaral Ferrador - 5,4%
Aceguá - 9,6%
Capão do Leão - 5,2%
Herval - 28,8%
Turuçu - 21,3%
Santana da Boa Vista - 23%

Brasil - 28,2%
Rio Grande do Sul - 33%

Meta
Brasil - 28,56%
Rio Grande do Sul - 33,94%

(Dados do TCE)

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Usina termelétrica de Pedras Altas segue no papel Anterior

Usina termelétrica de Pedras Altas segue no papel

Semana da Pátria é aberta com homenagem à maçonaria Próximo

Semana da Pátria é aberta com homenagem à maçonaria

Deixe seu comentário